sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

10 grandes injustiças do Oscar.

 No próximo domingo, 27 de Fevereiro, ocorrerá a entrega anual do Oscar, a premiação mais importante do cinema. Porém no decorrer de sua história, há um histórico de premiados questionáveis, filmes que ganharam o prêmio, mas não convenceram, atores em performances medianas agraciados com o prêmio, entre outras situações. Agora relembraremos 10 fatos polêmicos no decorrer da premiação ao longo dos anos.


10 - O Oscar para Gwyneth Paltrow em 1999.


 Nesse ano, Fernanda Montenegro conseguiu o mérito de ser a primeira atriz latino americana a conseguir uma indicação na categoria de melhor atriz da premiação. Um fato louvável e merecido, pois sua atuação em "Central do Brasil" é espetacular. Porém não apenas ela merecia o prêmio, no mesmo ano havia entre as concorrentes, uma Cate Blanchett vigorosa em "Elizabeth", Meryl Streep num desempenho emocionante em "Um Amor Verdadeiro" e Emily Watson, soberba no drama "Hilary e Jackie". Eis que o Oscar vai para Gwyneth Paltrow, uma boa atriz, mas que em "Shakespeare Apaixonado" tem uma personagem bonitinha, redondinha, mas nada de extraordinário. 




9- "Shakespeare Apaixonado" ganhar como melhor filme em 1999.

Esse ano de 1999, realmente foi polêmico para a história do Oscar. "Shakespeare Apaixonado" é uma produção bem feita, cuidada cautelosamente, boa trilha sonora, um filme realizado com coerência, entretanto não é um grande filme. No mesmo ano concorriam duas produções de guerra bem mais impactantes, o belo e poético "Além da Linha Vermelha", além  do frenético e emocionante "O Resgate do Soldado Ryan". Opções bem mais coerentes para ganhar o prêmio.


8- O Oscar de melhor filme para "Chicago" em 2003.


 Em 2001, "Moulin Rouge" trouxe os musicais de volta ao topo de sucesso no cinema. "Chicago" foi lançado em 2002, em contrapartida do sucesso de seu antecessor musical de 2001. Apesar de ser adaptado de uma peça de sucesso, a produção conseguiu fazer a transição para o cinema de forma satisfatória, trata-se de um filme divertido, colorido e bem realizado. Contudo em 2002 foram lançados filmes bem mais significativos como "As Horas" e "O Pianista", além de "O Senhor dos Anéis - As Duas Torres". Roman Polanski, diretor de "O Pianista", ainda conseguiu o Oscar para seu singelo e revigorante filme, mas foi derrotado na categoria principal.


7- A premiação de Julia Roberts como melhor atriz em 2001.
   
 Esse fato foi bastante polêmico também. Em 2001 Julia Roberts conquistou a estatueta de melhor atriz ao interpretar a personagem real, Erin Brocovich, no filme de mesmo nome. Seu desempenho é bom, ela imprimiu ironia e força na personagem, porém não há nada de arrebatador em sua performance. Atuação poderosa naquele ano, foi de sua concorrente, Ellen Burstyn, em "Requiem para um Sonho". A atuação de Ellen sim, é visceral e capaz de comover até o mais cético do espectador. Havia ainda uma sensível Laura Linney, concorrendo pelo filme "Conte Comigo". Contudo o Oscar e todos os principais prêmios do ano foram para Julia Roberts.


 6- "Frida" vencer como melhor trilha sonora em 2002.


 No filme "As Horas", Philip Glass realizou um trabalho sublime de trilha sonora. A trilha do filme é simplesmente impecável, poderosa, eleva a produção que em si já é ótima, a níveis ainda mais altos de qualidade. Um primor de fato. Mas o vencedor naquele ano foi Elliot Gould por seu trabalho em "Frida", que sim, tem uma competente trilha sonora, mas nem se compara a sutileza e impacto de seu concorrente Philip Glass.


  5- "Rocky, o lutador" vencer como melhor filme em 1977.


   Essa parece até piada. Em 1976 foi lançado "Taxi Driver", um soberbo filme de Martin Scorsese, trabalho de qualidade ímpar, trata-se de um filme forte, com embasamento social, amargo, refinado, enfim, uma produção louvável que até hoje é lembrada como um dos filmes mais importantes da década de 1970. Nesse mesmo ano foi lançado "Todos os Homens do Presidente", ótimo filme e importante também na filmografia da década citada. Entretanto eis que ganha como melhor filme, "Rocky, o lutador", produção bem feita, interessante, até bonita, mas sem o mesmo brilho e força de seus concorrentes, que ainda incluía "Rede de Intrigas".

 4- "You'll Be In My Heart" ganhar como melhor canção original em 2000.
  
 "You'll Be In My heart" é a canção vencedora do Oscar de 2000, composta para o filme "Tarzan". A música é razoável, porém insípida. "Save Me", canção original do drama "Magnólia" é bem mais impactante, tem mais força. No mesmo ano ainda havia como concorrente a singela "Music Of My Heart", do filme "Música do Coração".


 3- O Oscar de melhor atriz coadjuvante para Cate Blanchett em 2005.


  Cate Blanchett é uma ótima atriz, disso não há dúvidas. Contudo em "O Aviador" sua performance causou dúvidas e questionamentos, dividiu a crítica. No filme Cate interpretou a legendária atriz Katharine Hepburn, entretanto em certos momentos parece forçada sua interpretação, não muito natural. Questionamento não houve com a sensível e sensual interpretação de Natalie Portman em "Closer", um belo trabalho da jovem atriz. Sophie Okonedo também estava concorrendo por uma luminosa performance em "Hotel Ruanda".



2- Tommy Lee Jones ganhar como melhor ator coadjuvante em 1994.


  História difícil de entender também, quais parâmetros foram utilizados para que Tommy Lee Jones ganhasse o Oscar e o Globo de Ouro na categoria. Sua interpretação em "O Fugitivo" não traz nada de extraordinário ou relevante. Nesse ano, Leonardo DiCaprio chamava a atenção pela primeira vez, com um sensível e marcante desempenho como um jovem que sofre de deficiência mental em "Gilbert Grape - Aprendiz de Sonhador". Isso sem citar Ralph Fiennes em uma soberba atuação no drama "A Lista de Schindler", seu papel de sádico é lembrado até hoje.


1- "Uma Mente Brilhante" ganhar como melhor filme e direção em 2002.


 "Uma Mente Brilhante" é um daqueles filmes difíceis de não gostar. Uma história de superação, conduzida por uma edificante trilha sonora, boa fotografia e um final comovente. Tem ingredientes de sucesso, mas não é um filme marcante, apenas mais um filme bonito e bem feito. Entretanto levou o prêmio de melhor filme e direção para Ron Howard. Nesse ano "Moulin Rouge" merecia ambos os prêmios, pois o musical dirigido por Baz Luhrmann é vigoroso, histérico (no bom sentido), vivo e com poderosa força emocional, sem dúvida o trabalho mais coeso do ano de 2001. Porém perdeu a estatueta de melhor filme e de melhor direção, sendo que Baz Luhrmann nem sequer foi indicado ao Oscar.